Olá Pessoal, a vocês que acompanharam meu trabalho sobre a Tolerância, que inicialmente começou com um tratado, mais que devido a forças externas, estou deixando-o por agora de lado, apenas como um ensaio.
Tais forças externas, para que se esclareça, são as seguintes:
1º Preciso imediatamente entregar minhas forças psíquicas para o exercício da filosofia em prol do meu bacharelado, e como tenho paixão natural pelas ciências políticas, quero iniciar um trabalho neste ramo da filosofia, mais em um trabalho elaborado que possa ser entregue em forma de monografia, e ao mesmo tempo lapidado a ponto de ser publicado, para o bem da verdade no mundo a moda socrática e para o bem do meu curso.
2º Estou vendendo minha força de trabalho por um preço muito barato, para manter uma vida digna, como não sou um gênio como não tenho o gênio de F. Bacon, tenho que me empenhar em um estudo de cada vez.
3º Não à palavras para demonstrar neste momento a bancarrota da sociedade, a história é matematicamente correta, assim como os gregos passaram pela idade dos Deuses, depois pela dos Heróis (ambas de barbárie) e por ultimo a dos Homens, agora o sincronismo cíclico da história pensada por Vico esta se confirmando, por estamos mais uma vez, se deixando levar por uns poucos fanfarrões e entregando o futuro da plebe para manipuladores, que nunca deixaram de jogar esse futuro na barbárie da idade média.
Danilo S. Vicente
ENSAIO SOBRE A TOLERÂNCIA
I. DA EXISTENCIA DA TOLERÂNCIA
A Tolerância é um estado de consciência presente no homem, dado por D`us a Adão[1], como conhecimento que concerne somente a alma , tal sentimento da alma tem como fim a preservação de sua vida e a de seus futuros semelhantes, porém D`us ensinou a Adão apenas o básico sobre a tolerância, para que esse vivesse em equilíbrio necessário com a natureza, sua mulher e seus filhos, pois Adão não tinha nenhum pode sobre eles, como demostrou J. Locke², e esse conhecimento básico foram transmitidos aos seus descendentes, ou seja, desde o inicio o homem já havia sido presenteado com esse sentimento que lhe ajuda em sua compreensão de mundo, que só o ajudou a progredir, e que em nossos dias mais do que nunca é necessário, para que cessem os combates e para que a nossa sociedade possa continuar a existir ao invés de evaporar em um cogumelo nuclear.
Tal sentimento, que deve fazer parte da consciência reflexiva do ser, desde a relação na instituição familiar à participação na sociedade, é imprescindível, tanto para um progresso justo e equilibrado de toda nação, quanto para a própria sobrevivência do Ser, pois a tolerância é uma ação racional, deixar de agir com o uso dela, é deixar se persuadir pelas paixões e correr conscientemente o risco de ferir o corpo social.
Assim decorre devido ao fato de que sem tolerância seriamos rebaixados ao status de muitos animais, não que o homem seja superior aos mesmos por completo, mas, por exemplo, algumas espécies de primatas, que após brigarem pela liderança do grupo, ao destruírem a concorrência dos machos, também lhes destrói a prole, pois não pode tolerar concorrência natural contra seus genes, (porem até mesmo a natureza pode surpreender como em casos em que uma espécie de animal resolve tomar conta de um filhote de outra espécie.)
Ao homem foi dada a tolerância, pois é com o uso desta, dentre outras artes cognitivas, que o homem, através de sua reflexão interior alcança o entendimento da ética moral, que também é, assim como a tolerância, imprescindível a manutenção de todas as relações sociais.
Desde tempos antigos a tolerância foi praticada, mas também, deixou de ser, sendo que o fato de coordenar o estado sem o uso da tolerância pelo governante, sempre gerou o derramamento de sangue, fica tão claro que isto aconteceu e poderá voltar a acontecer; que quando olhamos para nossa historia, vemos que não foram poucos os homens, que em frente as massas investiram em discursos em prol de todos, porem dentro das paredes de seus escritórios, deram ordens intolerantes, para assassínios em massa de grupos e etnias.
O ser humano é o único ser sobre a terra, que além de ter a capacidade de usar a cognição, tem incontáveis possibilidades de constituição física, inúmeros meios de cultura e concepções de ideias, e a tolerância desempenhou um papel essencial na história do homem e da formação da sociedade, pois logo no inicio das civilizações, os homens deram-se conta do quanto eram frágeis em relação aos outros animais, e se reuniram em sociedade para melhor se defender, pois tinham vontade de viver, e entendimento para deixar sua história através de desenhos na rocha, fica claro que sabiam que a comunidade era melhor para sua sobrevivência, se a tolerância não estivesse ali entre eles, para que houvesse maior respeito e compreensão de suas diferenças, os mesmos se degolariam até a destruição de sua recém-formada sociedade, porem estamos aqui, e mesmo que em algum momento da história essa pré-sociedade tenha tido problemas, os homens permaneceram agrupados com a tolerância regulamentando suas relações e mantendo a paz, servindo assim de primeiro código ético.
E mesmo que os humanos tenham o costume de entrar em conflito, e causar atrocidades, D`us não pode ser culpado de tais ações, nem seu nome deve ser usado para a pratica de atos assassinos, pois apesar do homem cair na condição de erro por geralmente ter grande vontade[2] a respeito de um assunto que não possui completo entendimento, D`us deu ao Homem todas as ferramentas necessárias para que o mesmo viva em uma comunidade de paz com seus irmãos.[3]
II. DA TOLERANCIA NA ANTIGUIDADE
Egito[4]
O homem estando sujeito à lei e ao direito natural[5], têm direito de propriedade sobre algo que conquistou através de sua força de trabalho, principalmente intelectual, mais não é menos valoroso se a força de trabalho for essencialmente empregada de forma física ou mecânica, porém independentemente do recurso usado para se obter a propriedade, a mesma aquisição de propriedade só permanecerá justa quando não ofender o direito natural e a propriedade do próximo, ora, partindo desse principio fica um pouco mais claro o objetivo de os Judeus terem sido o povo escolhido por D´us para sair de seu estado, pois Egípcios durante séculos escravizaram o povo Judeu, os Judeus podiam ser mortos de forma injusta e intolerante sem qualquer julgamento enquanto trabalhavam por anos a fio para construir monumentos inúteis sem receberem praticamente nada em troca.
E os Judeus já não tinham mais capacidade de solicitar de volta seu direito natural de ir e vir, pois eram escravos, e toda a sua força de trabalho empregada gerava propriedade apenas para os Faraós do Egito enquanto para os Judeus ficava o suficiente apenas o necessário a subsistência, e nesse sentido fica claro que Voltaire estava errado ao afirmar que os Judeus pilharam o Egito[6]; pois D´us deu direito a Moisés, naquele contexto histórico, para que como representante de seu povo diante do Faraó pudesse requerer de volta uma parcela do produto de sua força de trabalho, pois boa parte dessa propriedade já estava dentro das pirâmides e provavelmente muito desse trabalho construiu as próprias pirâmides, e os Judeus se quer podiam requerer terra, pois suas casas encontravam-se dentro dos limites do reino Faraônico dessa maneira pertenciam ao monarca, sendo Moises incumbido de levar seu povo para a terra prometida, fica claro que o povo judeu ao chegar a mesma, no pensamento de Moisés como cidadão, e no seu direito natural e por tal atitude não ter sido reprovada por D´us, solicitou de volta parte do resultado da força de trabalho de anos de escravidão, para que esta propriedade resultado de 400 anos de escravidão; tal requisição na nova terra judaica, provavelmente fosse comercializada com os povos vizinhos, pois D`us escolheu os judeus ao contrario de outros povos escravos, por que ao contrario de outros povos escravos os judeus não amavam divindades fictícias; e esta ajuda suprema consistia também em um teste aos judeus, no direito de obtenção de sua terra, e esta ajuda de D`us aos seus filhos não consistia na riqueza material dos Judeus, mais na sua provação na travessia do deserto, pois só após essa provação que também exigia força de trabalho, além da fé, é que os judeus teriam direito a sua nova pátria, sendo que após a aquisição da mesma, os negócios ficariam por conta dos próprios Judeus, assim como D´us permite a todos os povos, dentro de direitos e deveres da lei natural, que só a inteligência do D´us único pode ter nos deixado.
Grécia
Deve-se levar em conta, que apesar de muito se falar nas aulas de historia, a respeito de guerras travadas entre reis, ou conquistas de povos bárbaros, os educadores que assim demonstram a historia, como ocorrência de reinados e conquistas, claramente estão enganando e deixando-se enganar, pois analisando a historia com o uso correto da razão, deixando de lado os pré-conceitos, veremos que a historia é preenchida não só das batalhas, mais da cultura, das letras e das artes das nações, e a isso quero deixar claro, pois quando falamos a respeito de gregos e romanos, devemos saber levar em conta o fato que além das catapultas, esses povos deixaram verdadeiros tesouros artísticos, em textos e obras de arte que perfilarão para sempre na construção da história.
Mesmo com dez anos de batalha, por deuses egoístas, os Gregos deixaram-nos a Ilíada, do singular Homero, e não só esta semente de uma prolifera literatura ocidental, mais toda a construção de uma historia mais racional, não a partir da Ilíada claro, mais a partir do uso da razão iniciado com o sábio Sócrates, o Ateniense mais injustiçado de toda a história que questionou a cultura mística de sua época, não que era contra ou a favor de tal cultura, mais por que queria saber os “Por Quês” de tal pensamento, e contra este homem que alcançou um alto nível de saber sobre a humanidade e a divindade, foi necessária a ação da injustiça para o inicio da imortalidade da filosofia ocidental, mais mesmo deste fato isolado da historia, em que os pessimistas gostariam de usar em defesa de atos indulgentes, deve-se levar em conta que os Gregos se arrependeram, e aqueles que legislaram contra Sócrates foram banidos, e a Sócrates foi erguido um templo na Grécia.
Mais os Gregos apesar dessa grande baixa, foram ainda sim uma civilização sabia, pois a Grécia era uma confusa liga de nações, e os povos que nela estavam contidos tinham as mais diversas culturas, e os mais diversos cultos, e não a relatos sobre perseguições religiosas de Atenienses, todos conviviam em paz com relação a suas maneiras de pensar, apesar de os Gregos beirarem a libertinagem generalizada e usarem escravos na formação de sua sociedade, eles conseguiram um bom equilíbrio e avanço na organização de suas Leis, aonde na Grécia antiga o numero de Leis era extremamente numeroso, pois Aristóteles fez um estudo com mais de 200 Leis, com certeza os Gregos viajavam muito dentro de suas fronteiras, para ter desenvolvido tamanho conhecimento a respeito das leis e da tolerância mutua, e para que isso ocorresse foi necessária tolerância e integração, no comercio dentro de suas antigas fronteiras e com os países vizinhos, principalmente do oriente.
Assim como com qualquer povo, acima da questão religiosa ou filosófica, cultural ou nacional, se um ateniense quisesse vender trigo e um espartano o deseja comprar,
Que outro povo teve tamanho arrependimento por um assassinato injusto do estado? Que outro povo apesar de intrigas internas fundaram as republicas e trouxeram ao ocidente, sábios e não padres? Que os Gregos erraram em certos pontos de sua antiga historia fica claro, mais tão bom seria se outros povos tivessem errado dessa maneira.
- Sobre a diferença entre o Deus de revelação dos Hebreus e os Deuses fictícios e de certo olhar poéticos, verificar Princípios de uma nova ciência de Giambattista Vico.
E que em nome de D´us o Senhor de Tudo, que essas breves idéias se tornem publicas, em prol da verdade, do amor e de toda humanidade.
[1] O maior presente é a existência, e o principal modo de consciência é o entendimento, a respeito de estrutura do conhecimento será mais bem analisado em outro trabalho.
² John Locke: Segundo Tratado sobre o Governo
[2] Sobre o Verdadeiro e o Falso, a Vontade e o Entendimento, e a Isenção da culpabilidade de D´us, conferir a quarta meditação do trabalho Meditações Metafisicas de Rene Descartes.
[3] O Primeiro caso de intolerância foi praticado por Caim, ao matar seu irmão Abel, por ciúmes devido a oferendas, pois Caim ofereceu produtos da terra, e Abel o carneiro mais novo de seu rebanho (Gen. 4:2), a oferenda de Caim não foi aceita, e neste ato, D`us questionou a Caim a respeito de seu descontentamento, e lhe avisou para que resistisse ao pecado que batia a porta, porem a vontade de vingança de Caim era maior que o seu entendimento de tolerância, e mesmo Caim tendo em sua natureza a possibilidade de resistir ao erro, o mesmo decidiu por este caminho.
[4] Inicio tratando(*ensaio*) a respeito dos atos de intolerância causados por esta antiga nação.
[5] Cf. Segundo Tratado Sobre o Governo de John Locke.
[6] Cf. Tratado Sobre a Tolerância do ilustre respeitável Voltaire.